Gosto de viver a tradição o que é diferente de viver na tradição. Pontualmente e em certas circunstâncias, em relação com o passado, na afirmação das características próprias da comunidade que se integra, do meio ambiente que se vive.
Daí que me desgoste a ausência do velho cepo da Praça. Paciência. De resto, a tradição só o é quando naturalmente vivificada. Quando artificialmente criada, para turista ver, deixa de ser tradição, quando muito uma mera recriação para recreação.
Mas, ainda assim, não me choca o cepo que tem ardido no sítio das tílias. Resquício que já seja de um passado, mas não deixa de me fazer recordar. E lá se encontram, em seu redor, grupos de homens e, por vezes, uma ou outra mulher, tagarelando sobre tagarelices, mãos estendidas ao calor do lume, aquecendo-se do frio que corta. E, se necessário for, o complemento está mesmo ali, a um curto passo. Ali mesmo no “Café da Zira”, com um café bem quentinho ou mesmo um “abafadinho” e outras coisas em “inho”, que são milagrosas para abafar por dentro.
E o cepo lá vai cumprindo a sua função.
Que para mim, aceite-se o paralelismo, ainda que sendo cepo é-o mas em versão minimalista…
Nuno Espinal