Na pesquisa a que regularmente procedemos sobre factos do passado relacionados com Vila Cova, chamou-nos a atenção recentemente uma notícia publicada numa Comarca de Arganil de 1948, sobre a “testamentaria” de Artur Cilia, a qual doou uma verba de 17.000$00, a favor da Santa Casa de Misericórdia.
A veracidade desta notícia está confirmada em Acta de uma reunião, em 25 de Abril de 1948, da “Mesa Gerente” da Santa Casa de Misericórdia, que refere:
“Foi lida pelo Provedor uma carta do Conselheiro Albino Ferrão notificando que a testamentaria do Benemérito Artur Cília se dignou contemplar esta Instituição com a quantia de dezassete mil escudos”.
Já em Acta de Sessão Extraordinária de 29 de Junho do mesmo ano pode ler-se:
“O Provedor /…/ deu conhecimento à Mesa duma carta do Exmº. Senhor Desembargador Dr. António d’Abreu Mesquita, nosso confrade, /…/ com a qual remete um cheque de importância de vinte mil escudos, quantia proveniente da testamentaria do Benemérito Artur Cília /…/ como complemento de outro subsídio a que se faz referência na Acta da Sessão Ordinária de vinte e cinco de Abril próximo passado /…/.
Ou seja a testamentaria de Artur Cília doou à Santa Casa a importância de 37.000$00, verba de facto muito substancial para a época.
Mas afinal quem era Artur Cília?
Segundo nos informou a Srª Dª Natália de Figueiredo, Artur Cília nem era de Vila Cova nem sequer, ao que se sabe, alguma vez aqui esteve. Tratava-se apenas de um amigo, possuidor de uma grande fortuna, do Conselheiro Alfredo Ferrão e foi na base desta amizade que as doações foram atribuídas, por certo em cumprimento, por parte dos testamenteiros, de vontade que deixou expressa.
E hoje? Há por aí algum benemérito? Se há, declare-se. A Santa Casa bem precisa.
Nuno Espinal..