
Bailes! Os famosos bailaricos no Posto de Socorros, na época de Carnaval. Tanta alegria, tanto divertimento, tanta folia! Ah! Mas atenção! Submetiam-se a regras, não fosse a Santa Casa a proprietária do espaço.
Vejam só o que se “lavrou” na Acta de 22 de Janeiro de 1956:
/…/ o Provedor declarou aberta a sessão. Foi dito que a Mesa fora convocada para esta sessão para deliberar sobre a pretensão duma Comissão de realizar alguns bailes, na quadra de Carnaval, na loja do Posto de Socorros. Depois de ser discutido o assunto e em virtude de ter havido abusos em anos anteriores foi proposto autorizar os referidos bailes, com as seguintes condições:
Primeiro, a Comissão respectiva adquirir das autoridades competentes a necessária autorização;
Segundo, que se cumpram as cláusulas respeitantes à entrada de menores nesses bailes; Terceiro, não consentir a entrada de vinho na loja onde se realizam os referidos bailes; Quarto, no caso de haver bufete, a referida Comissão entregará à Santa Casa de Misericórdia, para fins de assistência, setenta e cinco por cento do rendimento do referido bufete;
Quinto, que não haja prejuízo para os respectivos serviços do Posto Médico, nomeadamente suspender os referidos bailes logo que seja necessário internar qualquer doente na enfermaria do Poso de Socorros.
Atendendo a que a referida loja, nos baixos do Posto de Socorros, é inteiramente separada e independente da dependência do Posto Médico, não havendo, portanto, prejuízo algum para os serviços do assistência, a Mesa deliberou autorizar os referidos bailes, desde que se cumpram as condições propostas.
/…/.
E as condições eram mesmo para se cumprir. É que um ano houve em que um ou outro excesso chegaram ao conhecimento do Provedor. E a chave da porta de entrada da “loja” foi imediatamente retirada à “comissão”.
Eram assim os tempos: valores, respeito, disciplina.
Tomara que assim fosse hoje…
Constituição da Mesa a esta data:
Provedor, Manuel Gomes Antunes;
Vice Provedor: Padre Januário Lourenço dos Santos;
Tesoureiro: António Gouveia Jorge;
Secretário: Jorge de Almeida;
Vogal: Joaquim Nunes de Oliveira
Vogal: José Carlos da Fonseca;
Vogal: Luís de Figueiredo.
Texto escrito por Nuno Espinal