publicado por Miradouro de Vila Cova | Quinta-feira, 31 Julho , 2008, 01:37

 

Claro que já nada é como dantes. Mas, longe da invasão daqueles tempos, que nos anos 60 e 70 preenchia Vila Cova de movimento, cor e animação, ainda assim começam a surgir alguns dos chamados veraneantes. Não são tantos, é verdade, nada até que se compare. Mas os que vêm são mesmo dos bons. É o caso, por exemplo, da família Ferrão. Durante duas a três semanas Vila Cova vai ser, para os mais velhos do clã, opção de sossego e tranquilidade e, para os mais novos, centro de partida para praias fluviais da redondeza.
 
Que desfruam Vila Cova o melhor que puderem.
 
 

 


publicado por Miradouro de Vila Cova | Quarta-feira, 30 Julho , 2008, 01:20

Miguel Torga em 27 de Setembro de 1942, na ponte que liga as freguesias de Barril a Vila Cova, em Diário II
 
"É bonito o Alva! Manso, claro, calado, sem a tragédia do Doiro, nem a grandeza do Tejo, é bem o rio da Beira que define a Beira. O Mondego envenenou-se em Coimbra dum lirismo de borla e capelo, que o comprometeu; o Zêzere deu-lhe para uma retórica de sermão do encontro, que lhe tira o sentido; o Ceira, com a façanha do Cabril, esgotou-se. De maneira que ficou a representar a sua terra, a Beira das ovelhas, dos pinhais e duma tenacidade sem palavras, este veio de água pura, que desce da Estrela, toca um milheiro, ou dois de rodas, lava os avós, os filhos e os netos da mesma família e acaba pudicamente quando tem a missão cumprida." 

publicado por Miradouro de Vila Cova | Terça-feira, 29 Julho , 2008, 01:50

 

A preparação do programa do III Capítulo da Confraria do Bucho (a 11 de Outubro) está em marcha. Para tal existe já uma comissão constituída (ordenação de nomes por ordem alfabética) por Alfredo Lourenço, Natália Figueiredo, Nuno Espinal e Zé Carvalho, todos membros da Confraria.
A Missa, às 10 horas, abrirá o conjunto de cerimónias deste acontecimento que dará uma grande visibilidade a Vila Cova e que pretende envolver todas as Instituições da Freguesia.
O desfile, das 11 horas ao meio-dia, passará pelo Largo da Praça, Rua Direita e percorrerá toda a estrada desde a curva da Meda até à Igreja do Convento.
Nesta Igreja decorrerá a cerimónia da entronização de novos confrades, estando previsto, para o templo, uma iluminação interior que lhe conferirá um aspecto invulgar e de grande beleza.
Entretanto, a comissão já escolheu o lema com que pretende incentivar toda a comunidade: “Vila Cova vai brilhar”.     

 


publicado por Miradouro de Vila Cova | Domingo, 27 Julho , 2008, 23:50

Antes do novo piso da estrada que se estende até Casal de S. João e que sai da estrada entre Coja e Vila Cova, uma placa havia que indicava Vinhó.
Agora muitas indicações estão lá referenciadas, mas relativamente a Vinhó nada foi posto.
Quer dizer, nada não é bem assim. Porque se as entidades oficiais, de quem era a competência, o não fizeram então houve que remediar a situação. E daí, alguém tomou a iniciativa e vá de colocar no local uma placa tipo “naíf”.
E com toda a razão o fez porque todos merecem tratamento igual.
É evidente que a placa não será de uma estética por aí além, mas neste caso o importante é a função ser cumprida. 
E até é caso para se dizer: “escreveu-se direito por letras… tortas.”
 
 
Hugo Lopes

publicado por Miradouro de Vila Cova | Domingo, 27 Julho , 2008, 10:28

Após o desfecho da II Guerra Mundial e as derrotas de regimes fascistas e ditatoriais na Europa, o “Estado Novo” evidenciava alguma crise, acossado pela pressão de organizações oposicionistas, que congregavam largos apoios da intelectualidade e do meio operário urbanos.

 
Na própria Assembleia Nacional e em sectores da elite portuguesa apoiante do regime é perceptível alguma atitude crítica, ainda que haja uma figura que sempre emergiu com total consensualidade como alvo de elogios: Salazar.
 
A figura de Salazar afirmou-se cada vez mais como um baluarte do regime e por interesse do regime empreendeu-se para com Salazar uma representação social de quase deificação.
 
A Santa Casa de Misericórdia de Vila Cova de Alva não fugiu à regra e veja-se a reverência para com Salazar, conforme se constata em Acta de 1948:
 
“Aos vinte e cinco do mês de Abril de mil novecentos e quarenta e oito /…/. Foi pelo Provedor lembrado e proposto que ocorrendo no próximo dia 27 do corrente o aniversário da investidura do Dr. Oliveira Salazar na Pasta das Finanças lhe fosse enviado um telegrama de felicitações e saudação. /…/.
 
Claro, a proposta foi aprovada por unanimidade e o telegrama lá seguiu direitinho para o Gabinete de Salazar.
 
Entretanto, era a seguinte a "Mesa Gerente" que assinou a Acta:
 
Povedor: Bernardo de Figueiredo
Vice-Provedor: Francisco Lopes de Oliveira
Secretário: Padre Januário Lourenço dos santos
Tesoureiro: Jorge de Almeida
Vogal: José Augusto Jorge
Vogal: Alfredo caetano
 
 
 
 
Texto: Nuno Espinal

publicado por Miradouro de Vila Cova | Sábado, 26 Julho , 2008, 12:37

 

Após uma ausência de mais de um mês retornei a Vila Cova. Um dia tristonho, sem sol, alguns borrifos de chuva, as ruas desertas, Vila Cova igual a si própria.
À noite reunião na Misericórdia, já que urgia a análise e resolução de vários assuntos, uns pendentes, outros imergentes. Foi deliberado o apoio da Santa Casa ao III Capítulo da Confraria do Bucho.
 
Entretanto, de entre papéis amontoados na secretária, fui despertado para um memorando de um “Ecos do Alva” que diz: “A Misericórdia recebe (em 1948) da herança de Artur Cília um legado de 17.000$00”. Uma importância avultada naqueles tempos.
 
E a pergunta surge: Artur Cília, quem foi? Para os presentes, os que na reunião se encontravam, é um nome totalmente desconhecido.
 
Mas manda a gratidão e a justiça que lhe preservemos a memória. E a de outros também.
Para já sobre Artur Cília…alguém nos pode ajudar?
 
 
Nuno Espinal
 

 


publicado por Miradouro de Vila Cova | Sexta-feira, 25 Julho , 2008, 01:12

Era um dia de verão igual a muitos outros, em pico de agosto, a canícula já se prolongava. O chafariz de s. sebastião a abarrotar de mulheres e cântaros, um coro de algazarra e lamúria, um fio de água debelado, quase findo. Eram horas, várias horas, a apanhar a vez para um cântaro saciar. Por vezes a fonte secava. E foi o que aconteceu nesse dia.
Em momentos assim os lamentos carpidos, previsões dramáticas, a desgraça afiançada sem reverso.
 
Recordo-me bem, teria uns oito, nove anos. Aquele ambiente tão apocalíptico a assustar-me. “Já nem pr’a beber há água…”, “vamos todos morrer à sede…”, ouvia-se. Crescia-me o medo.
 
Providencialmente surge o meu avô, o Quinzinho como era tratado. “Anda rapaz, vamos. Estás a ver…só percebemos o valor da água depois que a fonte seca”. “Mas tudo se acaba por resolver…”
 
Era a tranquilidade reavida e de imediato lá estava eu a entregar-me aos habituais folguedos em redor da casa de meus avós.
 
Hoje o chafariz está longe da função daqueles tempos. Mas ganhou serenidade, talvez maior beleza e até espiritualidade. Que o diga a imagem. A sombra do velho plátano, o som fresco da bica, rendilhados que se tecem e conversas simples de coisas simples da vida.
 
 
Nuno Espinal      
 

 


publicado por Miradouro de Vila Cova | Quarta-feira, 23 Julho , 2008, 23:53

 

Encontrámo-nos para um almoço. Mero pretexto para uma boa conversa de velhos amigos. Quase a exaurirmos o passado das muitas recordações, a senti-las como se hoje fosse, em saltos cronológicos provocados pelo surgimento ao acaso dos momentos recordados, revivemos detalhadamente ocasiões dos nossos tempos de Vila Cova. Corriam os fabulosos anos sessenta, fabulosos anos da nossa juventude.
Foram horas e horas de cavaqueira, a realçar antigas cumplicidades, antigas histórias, tropelias, paixões, e a quase ilusão de que o tempo não tinha, desde então, somado anos aos anos.
Em gesto de orgulho o Toneca (António Gabriel de Almeida) mostrou-me, já as horas se prolongavam, uma fotografia. Ele e a neta Beatriz.
Sentimos assim como que um abanão, um retornar à realidade.
 
-Porra Toneca, estamos velhos. Já és avô!
 
E a Beatriz como que a dizer-lhe: Quero ter sempre a tua ternura avô!
 
 
Nuno Espinal

 

 

 


publicado por Miradouro de Vila Cova | Terça-feira, 22 Julho , 2008, 22:50

 

Jonathan Silva com Ricardo Calado (Maestro)

 

 

A notícia surgiu há dias e deixou todos surpreendidos. Foi o próprio que a deu, a da sua saída de Vila Cova, do seu pesaroso abandono da Flor do Alva, da sua iminente partida para a Suíça, onde se juntaria a familiares emigrantes. E tão eminente que hoje, de malas e bagagens, abalou mesmo para terras helvéticas.
 
O Jonathan Philippe da Silva deixa muitas saudades. Pautou-se sempre, apesar dos seus jovens 15 anos, por uma conduta educada, responsável, merecedora do maior respeito de todos os seus colegas da Flor do Alva. Sabia que haveria de partir, mas estava longe de imaginar que fosse tão cedo. E parte muito triste por ter de deixar a Flor do Alva.
 
E nós, acredita amigo, é também com a maior tristeza que te vemos partir. Vais fazer falta, acredita, como amigo e como excelente músico que és, nas notas que tão bem sabias arrancar do teu trompete.
 
Estás dentro do coração de todos os Vilacovenses, dirigentes e executantes da Filarmónica Flor do Alva e um dia mais tarde, (quem sabe?) até pode ser que regresses. Se isso acontecer serás recebido de braços bem abertos.
Boa Sorte na tua Vida.
 
Fábio Leitão

 

 


publicado por Miradouro de Vila Cova | Segunda-feira, 21 Julho , 2008, 23:37

 

De Ana Manita recebemos um pedido de correcção à notícia que publicámos sobre o acidente ocorrido no Rio Alva que vitimou o jovem Ruben e não Bruno, como por lapso referimos.
Agradecemos a Ana Manita o pedido de rectificação e apresentamos as nossas desculpas aos leitores e em especial à família enlutada.
 
“Venho por este meio pedir que seja alterado o nome do jovem que faleceu, não se chamava Bruno mas sim Ruben, em nome da família enlutada pedimos que seja rectificado o respectivo nome.
Ana Manita”

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