Após o desfecho da II Guerra Mundial e as derrotas de regimes fascistas e ditatoriais na Europa, o “Estado Novo” evidenciava alguma crise, acossado pela pressão de organizações oposicionistas, que congregavam largos apoios da intelectualidade e do meio operário urbanos.
Na própria Assembleia Nacional e em sectores da elite portuguesa apoiante do regime é perceptível alguma atitude crítica, ainda que haja uma figura que sempre emergiu com total consensualidade como alvo de elogios: Salazar.
A figura de Salazar afirmou-se cada vez mais como um baluarte do regime e por interesse do regime empreendeu-se para com Salazar uma representação social de quase deificação.
A Santa Casa de Misericórdia de Vila Cova de Alva não fugiu à regra e veja-se a reverência para com Salazar, conforme se constata em Acta de 1948:
“Aos vinte e cinco do mês de Abril de mil novecentos e quarenta e oito /…/. Foi pelo Provedor lembrado e proposto que ocorrendo no próximo dia 27 do corrente o aniversário da investidura do Dr. Oliveira Salazar na Pasta das Finanças lhe fosse enviado um telegrama de felicitações e saudação. /…/.
Claro, a proposta foi aprovada por unanimidade e o telegrama lá seguiu direitinho para o Gabinete de Salazar.
Entretanto, era a seguinte a "Mesa Gerente" que assinou a Acta:
Povedor: Bernardo de Figueiredo
Vice-Provedor: Francisco Lopes de Oliveira
Secretário: Padre Januário Lourenço dos santos
Tesoureiro: Jorge de Almeida
Vogal: José Augusto Jorge
Vogal: Alfredo caetano
Texto: Nuno Espinal