Isabel Ribeiro Madeira foi aniversariante. Na foto com a irmã Ana e Antero Madeira
Amélia Caetano, recentemente falecida, foi homenageada, cabendo a Lídia Fonseca recordá-la.
REVIVER O PASSADO EM BREJOS DE AZEITÃO
Dia 31 de Maio de 2008 almoçámos todos juntos. No final, já quase de abalada, o Nuno lançou-me a dica para fazer para o miradouro o relato deste almoço. Que não tinha tempo, disse-lhe eu, em tempo de muita pressão de trabalho. Ficou-me, porém, aquela voz impertinente a insistir insistentemente, indo, no fundo, ao encontro de um gosto coincidente: “vá lá, faz um esforço e escreve”. Olhem e aqui estou, em jeito de repórter que não tenho, a dizer que o reencontro da malta estava mesmo a fazer falta para animar. Para nos trazer de volta em conjunto a alegria de estarmos juntos.
A “malta de Vila Cova” reuniu-se então no restaurante Porto de Galinhas, algures num desvio da Estrada n.º 10, em direcção a Setúbal, perto de Brejos de Azeitão. Perante uma ementa brasileira e ao som de música com a mesma origem que (diga-se em abono da verdade) causou alguma perturbação às conversas que queríamos “pôr em dia”. Trinta e nalguns casos quarenta anos ou muito perto disso terão passado pelas vidas de todos nós, desde as últimas férias grandes passadas em Vila Cova. Por entre “estás na mesma”, “então o que tens feito?”, “onde vives?”, “ o quê, já tens neto(a)s com essa idade?”, as conversas foram reatadas no mesmo ponto em que em tempos se haviam interrompido e, como se tivesse sido ontem, todos nos reconhecemos naquele convívio que com saudade temos guardado num dos jardins secretos dos nossos afectos. Esses afectos que nos moldaram e nos habitam e cuja recordação quantas vezes nos faz aflorar aos lábios um sorriso que ajuda a amaciar alguns dos bocados maus por que já todos nós tivemos de passar nesta altura das nossas vidas.
Alguns (poucos) tiveram compromissos que os impediram de estar presentes e mandaram abraços. Outros asseguraram presença na ausência compulsiva que a vida lhes impôs. A maior parte esteve lá. E, como seria de esperar, as emoções andaram à solta pelo espaço e pelo tempo deste almoço de reencontro, especialmente quando o “tempo voltou para trás” ao revermo-nos no filme das fotografias que nos fixaram em momentos que nos faltam e acrescentam no momento em que os revimos.
Temos de voltar a fazer isto. Todos de acordo que sim. E a ideia de uma excursão de camioneta a Vila Cova onde o encontro seguinte poderia ter lugar ficou a pairar. Agarrem-na e vamos embora. Até ao próximo almoço.
E um abraço. Isabel Madeira