Voltámos à velha Casa do Forno, onde outrora o “ti” Albino Forneiro labutava na cozedura da broa. Ainda hoje a casa conserva as paredes de pedra de xisto entremeadas com pedregulhos de granito.
Entrámos.
Que mundo de memórias. Lá estavam o fragoeiro, pau comprido com que se vassourava ou varriscava o forno, o rodo, com que se puxavam as brasas, e a típica e imprescindível pá, para se retirarem as broas e outros assados e cozeduras.
Ainda lá se conservam as velhas rodas que solavancavam a carroça, pejadinha de mato, que a ti Áurea puxava com vigor de braços e mãos de ferro.
E há quem recorde a cruz com que se rasgava a massa já tendida, depois a broa já pronta a entrar no forno, e a velha reza a antecipar e a abençoar a cozedura:
S. Vicente te acrescente
S. Lever te levede
Nossa Senhora da Conceição
Finte o meu Pão
(Obrigado ao Sr. José Martinho, proprietário da Casa do Forno)
Nuno Espinal