A aquisição do terreno, onde anos mais tarde viria a ser construída a Casa do Povo, não foi tarefa fácil. O seu proprietário resistiu o mais que pôde à venda e só perante a pressão argumentativa dos fins sociais a que se destinava a obra cedeu. Ao contrário do que alguns hoje apregoam, nunca houve intenção de comprar o terreno para uso e sede da Filarmónica Flor do Alva. O terreno foi adquirido para fins de serviços públicos e sociais, inclusivamente formação profissional na área da restauração, razão pela qual o seu projecto continha um espaço destinado a cozinha. De resto, o projecto inicial do edifício, (conforme gravura) por conter múltiplas funções de âmbito social, era algo megalómano para a própria dimensão da freguesia e até incomportável para a capacidade financeira disponível.
Por isso houve que optar para um novo projecto, este realista, arquitectado conforme modelos sugeridos pela “Junta Central das Casas do Povo”, organismo do Estado imprescindível como fonte de financiamento.
(continua)
Texto de Nuno Espinal
(conforme informações fornecidas pelo Sr. Laurentino Marques da Costa)