
Foi uma breve conversa. Mas, ainda assim, foi possível perceber, no entusiasmo com que fala, certas características que serão, seguramente, mais valias da sua atitude enquanto dirigente do Vilacovense: determinação, dedicação e crença.
Carlos Antunes, actual Vice Presidente, com quarenta e quatro anos de idade, casado, uma filha e carpinteiro de profissão é, há já alguns anos, uma das traves mestras em que se alicerça o funcionamento do Grupo Desportivo Vilacovense.
“Tem que haver muita paixão,” diz-nos. “Para isto andar é preciso entrega, disponibilidade e trabalho. E por vezes até sacrifício, abdicar, por exemplo, ao fim de semana do convívio familiar ou do descanso que o corpo pede. Mas, claro, há compensações. A realização pessoal, a convicção de nos sabermos úteis para Vila Cova, o convívio que se proporciona, o sabor dos êxitos desportivos…e tudo isto não deixa de ser muito importante.”
Retemo-nos nos êxitos desportivos, que nos últimos anos têm sido alguns. Na época transacta, por exemplo, o Vilacovense trouxe uma Taça para Vila Cova, depois de uma vitória num torneio disputado em Coja. Este ano o segundo lugar na fase já disputada do Campeonato do Inatel, que permite passar à fase seguinte e o apuramento para os quartos de final da Taça do Inatel, depois de ter eliminado o Paradela.
“Temos tido bons jogadores e este ano até nos podemos orgulhar de metade da equipa ser gente de Vila Cova. Mas temos a maior simpatia e carinho pelos jovens que vêm de outras terras, sejam eles do Pisão, de Pomares, de Lagos da Beira, da Digueifel, da Esculca ou da Senhora dsa Almas, como acontece este ano. Às vezes estes jogadores até trazem pessoal das suas terras aos nossos jogos, o que aumenta o convívio e as receitas no bar.”
Este pragmatismo tem toda a razão de ser. O magro orçamento implica ginástica e exercício contabilístico de modo a concretizar, em cada ano, um saldo positivo, ainda que mínimo.
“A quotização dos sócios, cerca de 250 a pagarem 5 euros por ano, não dá para muito. Vale-nos o subsídio da Câmara, este ano de 2750 euros, as receitas do bar e os donativos de amigos. As despesas são inevitáveis, como a manutenção do campo, electricidade, gás, equipamentos, e o habitual lanche nos fins de jogos para estimular espírito de grupo do pessoal. Feitas as contas, nos dois últimos anos conseguimos um saldo de 2700 euros, ainda que agora tenhamos de ter em conta as obras do novo bar.”
E o futuro do nosso Vilacovense, Sr. Carlos Antunes, quais são as suas perspectivas para o Grupo Desportivo?
“Quanto mais não seja, que seja tão bom como o presente. E o presente é este: temos uma embaixada que Domingo a Domingo sabe representar condignamente o emblema da nossa terra, leva o nome de Vila Cova a outras terras, com um grupo de rapazes que comportamentalmente são um exemplo de educação e atitude desportiva. Depois há um outro aspecto social a considerar. O Grupo Desportivo agrega, ao seu redor, pessoas, proporciona-lhes o convívio e momentos de boa disposição. Basta isto para o Vilacovense valer a pena.”
Nuno Espinal