Sr. Zé Carvalho, neto Rui (ao meio) e filho Zé
A propósito da crónica "in Notícias"sobre o Sr. José Carvalho e das suas brincadeiras carnavalescas e, porque foi um cidadão que marcou também a História de Vila Cova, seria justo aqui realçar o percurso profissional de um homem que, durante largas décadas, se entregou à sua profissão com a dedicação que só as pessoas de grande carácter sabem ter.
Os mais novos não se lembram decerto, do desconforto das antigas camionetas que faziam a carreira entre Coimbra e Vide e vice-versa. Camionetas essas que não tinham porões de carga, como agora existem, ao nível do chão. Antigamente as bagagens transportavam-se no tejadilho das camionetas, aonde para o efeito se colocava uma espécie de grade em metal, com acesso por uma escada perpendicular, que existia na retaguarda do exterior do veículo. A tarefa de carregar com as malas e as arrumar no dito tejadilho, pertencia ao cobrador. Como devem calcular, chegada, principalmente, a altura das férias, era um ver se te avias com malas e bagagens, pois geralmente as férias eram prolongadas e tinha que se transportar muita coisa. Assim, a partir de Coimbra até à Vide, era ver tejadilhos ajoujados de malas e embrulhos, metodicamente arrumados, consoante o seu destino e, devidamente atados para que resistissem aos solavancos do mau piso das estradas.
Pois bem. O Sr. Zé Carvalho incumbia-se deste mister na perfeição, subindo e descendo malas, atando e desatando cordas, cada vez que a camioneta parava para apear algum passageiro, sem que alguma vez deixasse cair o que quer que fosse. A sua memória fotográfica para a carga que arrumara, não levava a que hesitasse nas malas que ao passageiro apeado pertencessem. E estas operações a repetirem-se dezenas de vezes por dia, milhares de vezes por ano, num trajecto que levava para aí cerca de quatro horas a percorrer. Da sua parte, nem um queixume, nem uma recriminação, numa dedicação extrema ao seu trabalho. A troco, sabemos bem, de um parco ordenado, que, não fossem outras valias, mal daria para comer. Tempos difíceis! Presto assim a minha grande homenagem ao Sr. José Carvalho e a tantos outros como ele que, em tempos de míngua, souberam legar aos seus vindouros uma enxada profícua.
Os mais novos não se lembram decerto, do desconforto das antigas camionetas que faziam a carreira entre Coimbra e Vide e vice-versa. Camionetas essas que não tinham porões de carga, como agora existem, ao nível do chão. Antigamente as bagagens transportavam-se no tejadilho das camionetas, aonde para o efeito se colocava uma espécie de grade em metal, com acesso por uma escada perpendicular, que existia na retaguarda do exterior do veículo. A tarefa de carregar com as malas e as arrumar no dito tejadilho, pertencia ao cobrador. Como devem calcular, chegada, principalmente, a altura das férias, era um ver se te avias com malas e bagagens, pois geralmente as férias eram prolongadas e tinha que se transportar muita coisa. Assim, a partir de Coimbra até à Vide, era ver tejadilhos ajoujados de malas e embrulhos, metodicamente arrumados, consoante o seu destino e, devidamente atados para que resistissem aos solavancos do mau piso das estradas.
Pois bem. O Sr. Zé Carvalho incumbia-se deste mister na perfeição, subindo e descendo malas, atando e desatando cordas, cada vez que a camioneta parava para apear algum passageiro, sem que alguma vez deixasse cair o que quer que fosse. A sua memória fotográfica para a carga que arrumara, não levava a que hesitasse nas malas que ao passageiro apeado pertencessem. E estas operações a repetirem-se dezenas de vezes por dia, milhares de vezes por ano, num trajecto que levava para aí cerca de quatro horas a percorrer. Da sua parte, nem um queixume, nem uma recriminação, numa dedicação extrema ao seu trabalho. A troco, sabemos bem, de um parco ordenado, que, não fossem outras valias, mal daria para comer. Tempos difíceis! Presto assim a minha grande homenagem ao Sr. José Carvalho e a tantos outros como ele que, em tempos de míngua, souberam legar aos seus vindouros uma enxada profícua.
Um abraço do Quim Espiñal