As fotos são testemunhos das noites de “baile à moda antiga”, que foram a grande novidade do Carnaval deste ano em Vila Cova. Diz, quem lá esteve, que foram duas noites de grande folguedo e, para os mais velhos, de muita saudade. Marchas e marchinhas, modas e modinhas, valsas e tangos, de tudo houve, e o grupo dos “veteranos” lá interpretou melodias que eram as dançadas, nos tempos dos famosos bailes de Carnaval dos anos 50 e 60, na “loja ao fundo” do hoje velhinho e emblemático “Posto de Socorros”.
Grupo de “veteranos” e digo bem. Porque da Flor do Alva foram gerados dois grupos, um dos mais “entradotes” e outro de gente muito mais nova, uma muito bonita mocidade. As fotos dizem-no bem, tal a evidência.
Mas, atenção! Quem quiser ser rigoroso capta uma pequena incoerência. Se os bailes eram à moda antiga, se a ideia era uma recriação dos bailaricos desse tempo, então como é que se explica a presença de “jovens moças” no grupo de tocadores?
É que, nesse tempo, mulheres na “Banda” seriam quase sacrilégio.
Pois é! Mas, os tempos mudaram e muito. Daí que se aceite esta presença feminina no grupo instrumental dos mais novos. Se aceite e se aplauda.
E já agora, recordam-se? Quão diferentes eram, nos anos 50 e 60, as jovens de Vila Cova e as “miúdas” vindas de Lisboa na férias…
Mas 50 anos já são passados e hoje, diferenças, não vejo uma. Acontece até que, cá para mim, as de Vla Cova ainda são mais "giras".
Evolução dos tempos e, há que dizê-lo, expresssão da globalização.
Ainda bem!
Texto: Nuno Espinal
Fotos: José Santos