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Aproxima-se o Carnaval. Daí que já estejam em marcha os preparativos para os festejos em Vila Cova. E como tem sido hábito nos últimos anos é a Flor de Alva que mete “mãos à obra” pelo que, para tal, organizará o cortejo de Domingo e outros divertimentos.
Tivemos uma curta conversa com o Presidente da Filarmónica, Sr. José Raimundo. O tema, claro, os festejos de Carnaval.
Miradouro: O programa, este ano, traz uma novidade: os bailes à moda antiga…
José Raimundo: Queremos que o Carnaval seja um grande convívio, atraente para todos os vilacovenses. Um convívio de alegria, de boa disposição, em que as pessoas se divirtam. Para isso não fazia sentido que trouxéssemos música que não é muito bem recebida pelos mais velhos. Um bailarico tal como se fazia antigamente tem o consenso de toda a gente, até pela sua própria bizarria, por permitir um ambiente de grande convívio e divertimento. Meia dúzia de músicos, a agruparem-se naquilo que antes se chamava o “Concerto”, a tocarem modas antigas e também actuais.
Miradouro: E quanto ao cortejo? Há alguma novidade?
José Raimundo: A principal atracção do cortejo é sempre a crítica social, a paródia às questões que fazem parte de um certo quotidiano da freguesia, a espontaneidade e graça criativa dos vários carros. As novidades em cada ano são isto mesmo, o inesperado, as brincadeiras, sempre diferentes, que se fazem.
Miradouro: E quanto a apoios?
José Raimundo: Os principais apoios vêm daqueles que participam no cortejo e o fazem por espírito folião mas também de colaboração. A eles o nosso muito obrigado.
Claro que temos despesas, mas contamos conseguir saldá-las, com as doações de todos, pequenas que sejam.
Entretanto, o Sr. Presidente da Junta enviou-nos uma carta prometendo disponibilizar-nos uma verba desde que o Carnaval seja aberto a toda a freguesia e “as pessoas não sejam denegridas”. Quanto ao primeiro ponto não há qualquer dúvida. Ao Carnaval que organizamos mal seria se não associássemos as colectividades de Vinhó e S. João. Quanto à expressão denegrir ninguém mais do que nós pretende evitar a difamação, a calúnia, a intervenção na vida particular de cada um. Só que nós não somos nenhuma autoridade policial e se surgirem “panfletos” que não respeitem as regras do bom senso e de respeito ninguém nos pode apontar qualquer culpa ou responsabilidade. Mas, uma coisa também é certa. O Carnaval sempre foi um período por excelência da “crítica social” da “partida”, do “dito picante”, da “troça política”. Disso não abdicamos, até porque isso é que dá o paladar específico ao Carnaval. E estamos em crer que o próprio Presidente da Junta estará de acordo connosco.
Nuno Espinal foi o interlocutor do Miradouro
Foto de Carla Marques