Era já noite, e bem noite, quando o grupo de 15 músicos da Flor do Alva terminava a sua maratona de cerca de 4 horas, de visita a todas as casas da povoação. Era o “pedir as janeiras”, que bem difere, nos actuais moldes, do que antigamente se praticava. E aplicando a tão repetida frase de que “a tradição já não é o que era”, esta iniciativa da Flor do Alva está a tomar foros de, no futuro, poder vir a ser uma tradição, que se tem vindo a sedimentar e consolidar ano a ano.
Daí que seja absolutamente normal que sejam os jovens os principais fomentadores desta manifestação, que se começa a tornar típica a cada 1 de Janeiro. Vão de casa em casa e, munidos de instrumentos diversificados, interpretam, instrumentalmente, uma velha moda que antes era cantada, no tempo em que as janeiras eram pedidas, especialmente, por crianças.
Diferente que seja o gesto, permanece o sentido com que a povoação continua a afirmar-se, numa manifestação de festa e de envolvimento comunitário.
Obrigado à Flor do Alva.
Nuno Espinal