Conheci bem o Sr. Benjamim Leitão. Boa figura, bom trato, bem falante, tinha o gosto de acumular saberes. E, dos que iam fazendo parte do seu património, alguns aplicou-os em benefício da sua Vila Cova. Os seus escritos “Ao Correr da Pena” publicados nos anos de 93 e 94 no “Jornal de Arganil”, são apontamentos ricos de informação sobre aspectos da história de Vila Cova.
Publicamos parte de um desses artigos, intitulado “Capelas de Vila Cova do Alva, algumas já desaparecidas e onde se situavam” do qual abolimos a parte que cuida da Capela de S. Sebastião, por já ter sido abordada no Miradouro e da Capela do Alqueidão, que trataremos em futura edição.
Estamos convictos que uma grande parte dos leitores, a maioria por certo, desconhecerá os dados resultantes da investigação de Benjamim Leitão. Só por tal se justifica a transcrição do texto. Mas é também um modo de recordar uma figura que merece, por tudo o que à sua terra dedicou, um lugar especial nas “Memórias de Vila Cova”.
/…/ ”A ermida de Santa Teresa situava-se onde agora se encontra a fonte de Santa Teresa, muito interessante pela sua originalidade, que os visitantes também muito admiram e não raro fotografarem e até alguns pintores passarem para as suas telas.
Esta capela foi demolida a fim de dar passagem à entrada que lhe passa junto, salvando-se para a história parte da sua frontaria, que tem um nicho com a imagem de Santa Teresa e que tem a data de 1876. É pena que tenham desligado o candeeiro eléctrico, de pouco consumo, que durante a noite iluminava o nicho.
A Capela de Nossa Senhora do Pranto, que era particular, foi demolida, não deixando vestígios, não conseguindo encontrar indicação do seu local, o mesmo sucedeu com a capela de Santo Cristo, que embora tenha desaparecido se situava junto à Igreja Matriz.
A capela de Nossa Senhora da Assunção – Capela da Fidalga – do solar dos Condes da Guarda, presentemente pertencente aos herdeiros de Adelino Teixeira, há muito tempo que deixou de estar ao serviço do Culto.
A capela do Espírito Santo localizava-se dentro da Igreja Matriz e teve sacristia privativa, ostentando no exterior – que mantém – um brasão igual ao solar dos Condes da Guarda, mas já não funciona como capela.
Por isso, das capelas que existiram apenas resta a de S. João Batista, no Alqueidão, já que a primitiva S. Sebastião foi demolida /…/.
Nuno Espinal