Um texto, sem quebras rítmicas, mantem o espectador preso do princípio ao fim, de sorriso e riso feitos, perante as peripécias de uma trama policial, que, ao jeito de comédia, no seu final, nos conduz ao clássico efeito surpresa, quando o “procurado” passa a verdadeiro herói.
Um corpo de baile e figuração, composto por jovens dançarinas do Rancho Infantil de Coja, coreografadas por Helen Saavedra, preenche o palco em momentos oportunos e movimentos graciosos e é um reforço para o constante prendimento do espectador.
Os efeitos audiovisuais e luminotécnicos utilizados (parabéns ao técnico que os controla) concorrem para adornar e valorizar, com grande arte e inteligência, esta comédia, digna de ser vista em muitos palcos, mesmo para além dos espaços do concelho. Excelente o momento das “sombras chinesas”.
Uma palavra também para os dois figurantes masculinos, os jovens vilacovenses Tiago Raimundo e Duarte Martinho, sempre atentos e sem falhas.
Um registo a realçar: O quadro final, com os ingredientes típicos de apoteose, celebra os animais e a defesa dos seus direitos. A minha vénia e, por certo, as de demais espectadores, que quase encheram a sala de espetáculos da sede da Filarmónica Barrilense.
Por fim, as palavras mais devidas: à Fernanda Santana que enche o palco na arte de bem representar, com o reforço de uma voz audível e de uma dicção irrepreensível, e ao Silvino Lopes, autor do texto, ator e grande protagonista de uma encenação que está ao nível de um qualquer encenador, dos maiores, da nossa praça. Parabéns, pois, amigos. E permitam-me que vos diga, usando a terminologia que é típica das dialéticas da nossa amizade: vocês deixam-me banzado!
Nuno Espinal