A foto foi enviada por Ercília Oliveira, autora do artigo, e diz respeito à sua turma da escola
Da esquerda para direita:
1ª plano: Joaquim, Ercília, Ana Cristina, Gabriela, Júlia, Adelina;
2º plano: Helena, Maria, Anabela, Odete, Cristina Albano, Graça, Leonor, Fernando;
Fila de trás : Amélia, Luísa, Gininha e Fernanda.
Quis o destino que um dia ficasse
Recordo-me das grandes caminhadas que fazia com o meu avô, pelos pinhais à procura dos míscaros… era tão bom!… e na altura das castanhas íamos a elas…passávamos na fonte dos passarinhos e bebíamos a água …tudo silvas… e orvalho e sombras…respirava-se verde!
E o toque da igreja que nos orientava o dia…e as palavras do Padre Januário, tão cheias de calma e de eloquência…
E quando vi pela primeira vez a televisão…foi no café do Sr. Caetano, onde passavam os filmes da Heidi, que nós, miúdos, espreitávamos entre as tiras plásticas e coloridas da porta…
Grandes pessoas ficaram no meu coração para sempre…por motivos e afectos diferentes. Uma delas foi a minha querida professora primária Georgina Fanzeres, a inesquecível Gininha. Ela não foi só uma pedagoga, foi uma amiga, uma pessoa simples que pegou em nós e nos fez viver um sonho… aparecer na caixinha mágica, na televisão. Ela pôs Vila Cova no mapa pela melhor das razões, acreditou nas capacidades das crianças… agora tudo é mais fácil, mas naquela época não era. Muita gente perguntava de onde eram aquelas crianças!!! Ela deu tudo por nós, ensinou-nos a gostar da escola. Nunca a vi triste, o humor dela dava-me paz… mulher de genica e de ideias, que adorava ouvir logo pela manhã o programa do António Sala e da Olga Cardoso…ainda hoje quando a vejo na baixa de Coimbra parece que os anos não passaram e ela ainda é a minha professora.
Outra das pessoas que se cruzou na minha vida foi a D. Lúcia, a mulher do Sr. Zé Canastreiro, uma das senhoras mais simpáticas que conheci. Muita afectuosa, trazia sempre uma broa para a menina, (era eu claro) era a broa melhor do mundo… que eu comia muitas vezes sentada no muro da D. Irene, que morava mesmo
E as idas ao Porto Avô? Como posso esquecer aquelas caminhadas que fazíamos! A primeira vez que lá fomos ainda era tudo um pouco selvagem, ainda lá havia uma cascata que depois secou. Grandes tardes que passámos e foi nesse local queaprendi a nadar com o instrutor de serviço, o meu pai. As minhas amigas aprenderam também.
Quando acabámos a primária alguns foram para a telescola em Côja e eu fui uma delas. Não era fácil partirmos de manhã na camioneta e voltarmos só à noite, fizesse sol ou chuva, lá íamos nós aprender… e mais do que a escola, a vida ensinou-nos a viver. Também aí encontrei uma pessoa que era motorista de autocarro e que vivia