A foto foi tirada no Iraque, quando da guerra em que os americanos intervieram, e tem uma legenda que me chegou via mail e que diz o seguinte:
“Esta é uma dura história de guerra, porém toca-nos o coração...
A família desta criança foi executada. Os executantes pretendiam também executá-la e ainda a atingiram na cabeça, mas não conseguiram matá-la. Foi tratada, está a recuperar, mas ainda chora e geme muito. As enfermeiras dizem que John (o militar) é o único que a consegue acalmar. John passou as últimas quatro noites segurando-a ao colo na cadeira, enquanto os dois dormiam. A menina tem vindo a recuperar gradualmente.
Todos precisamos de ver que (também) existem estas realidades em que pessoas como John marcam a diferença, mesmo que seja só com uma pequena menina como esta.
Não podemos orientar o vento, mas podemos ajustar a nossa vela...”
A foto já não é assim tão recente mas será sempre atual. E pouco me importa o posicionamento de cada um, no seu pró ou anti americanismo.
John é americano, mas poderia ser chinês, iraquiano, português, cidadão de um qualquer país do mundo, porque é apenas um cidadão do mundo. A criança é tão só e acima de tudo uma criança. O que essencialmente sobressai, nesta foto, é o gesto que ela encerra, o significado, a mensagem. Há um hino ao amor, à solidariedade, à paz, à justiça. E há também um profundo frémito à revolta, um grito contra a injustiça, contra a guerra, contra o poder dos sanguinários e opressores.
Nuno Espinal