Um dos elementos caracterizadores do conceito "política" é a competição. E porque a "política" se alicerça nos partidos políticos, a competição, entre estes, se pode ter a virtude de evidenciar o contraditório, também pode ter o defeito de promover a desinformação.
Só assim se podem compreender as reacções generalizadas de contestação das populações e autarcas às medidas anunciadas para a reestruturação do sistema de saúde no concelho de Arganil.
Resta a expectativa de que observações serenas, porque independentes e equidistantes de partidos, possam ser instrumentos de influência, de forma a que todos se disponham a uma análise apenas objectivada nos dados fundamentais da questão.
É por isso que a opinião do Eng. João Oliveira, pelo descompromisso partidário, merece ser reflectida. Opinião que retirámos de um artigo que assinou no "Jornal de Arganil" , em comentário a uma reunião entre autarcas, o Director Regional de Saúde, Prof. Doutor Fernando Regateiro e o Director do Centro Saúde de Arganil, Dr. Carlos Teixeira.
"O esquema descrito e o que foi afirmado é positivo. Não é uma questão financeira, mas o melhor aproveitamento dos recursos existentes, eliminando extensões de saúde que abrem periodicamente e concentrando-as em unidades mais bem equipadas, com médicos e enfermeiros das 8 às 20 horas.
Será organizado um serviço de transportes e feitas marcações quer planeadas pelos próprios médicos, quer por outra qualquer forma prática.
Haverá uma unidade móvel equipada, e com médico e enfermeiro, que se desloca às diversas povoações para casos simples ou em que haja dificuldades físicas.
Será criado um serviço domiciliário, como havia noutros tempos quando o médico se deslocava a casa.
Um esquema que teoricamente parece correcto..."
E de facto assim é. Um esquema que parece correcto e a perspectivar muitas vantagens relativamente ao que o "Sistema" é hoje. Obviamente, surgem questões a reclamar esclarecimento. Será que os meios necessários serão disponibilizados para que a prática corresponda à teoria?
Então, aí sim, exijam-se garantias.