Ano Novo
Vai-se esgotando a taça do festim.
Sorvo a sorvo, no espelho do cristal
Fica apenas a baba natural,
O melaço do fim.
Ah, não haver coragem verdadeira
De se quebrar o copo antes da hora
Em que se acaba o vinho, e a bebedeira
de repente melhora!
Miguel Torga